Testemunho #11 | Paula

Paula, amamenta há 14 meses



O meu nome é Paula Oliveira, sou mãe de primeira viagem, a Constança nasceu no dia 03/02/2016, tinha eu 31 anos acabados de fazer.

Foi uma gravidez maravilhosa, a Constança foi muito desejada.
Como qualquer futura mãe, tinha os meus medos, e um deles sem dúvida era a amamentação... tinha muitas dúvidas.

Ouvia amigas dizerem que os pediatras mandaram tomar LA (leite adapatado) pois o leite era fraco, outras que diziam que o leite não satisfazia a criança, etc.

E tinha a minha irmã a dizer-me que amamentar não era fácil, que só dependia de mim, e que ouvir que o leite é fraco ou não satisfaz o bebe eram só mitos.

Bem, eu como não fui amamentada pois a minha mãe não queria, pois eu não foi uma bebe desejada foi acidente 😉, ela não queria ficar com peito estragado e não me deu de mamar (não tenho ligação com ela). Acho que fiquei obcecada por dar de mamar, então li livros, pesquisei na net, panfletos dados no centro de saúde e nas aulas de preparação que também ajudaram muito.
Acho que fiquei pro em amamentação de tanto ler... pensava eu...

Quando chegou o dia, começam as inseguranças, no hospital tinha de estimular pois a minha princesa era muito preguiçosa, os enfermeiros diziam para lhe tirar a roupa e fazer cócegas.
O pior foi quando viemos para casa, mamas a explodir, uma quase em pedra, tinha sido a descida ou subida do leite. Lá vem a minha irmã dar uma mãozinha, primeiro o banho e espremer depois com a máquina para esvaziar ainda mais.

Ufa estava bem melhor.

No dia seguinte as maminhas sempre cheias e a minha bebe continuava preguiçosa, comecei com uma mama a ficar em sangue, e uma voz sabia da minha avó dizia - minha filha se deixas de dar nessa que está dorida a menina nunca mais pega nela - e assim foi, dava da mama dorida com as lágrimas a escorrer. Dizia eu, amamentar não é fácil mas eu vou conseguir.

Uma semana depois já estava pro....sempre que a Constança chorava eu dava mama, passava tardes deitada no sofá com ela e com a mama na boca, sempre em livre demanda.

Um mês antes de ir trabalhar comecei com reserva de leite: tirava 1 a 2 vezes por dia para congelar.

Comecei a trabalhar e mais uma batalha, tinha de tirar leite na hora de almoço para deixar para de tarde, pois a reserva não era suficiente.
Lá andava eu a correr na hora de almoço, mal comia, e o pior era que se a minha bebé estivesse à minha beira não saía nem uma gota de leite, a minha avó tinha de a levar para eu não a ver.
Mais uma batalha ultrapassada.

Depois começou a comer comida e foi para o colégio. Aí sim, começou mais outra dor de cabeça, a Constança até aos 6 meses dormia a noite inteira das 23h às 7h da manhã e foi para o colégio e começou a acordar durante a noite , havia dias de hora em hora...
Era desesperante.

Agora, com 14 meses, faz uma mamada quando chega do colégio e depois quando se deita, mas acorda durante a noite, umas vezes 1 outras vezes 2, depende dos dias.
Sei que o leite materno é o melhor e isso faz com que não desista, pois o amor pelos nossos filhos ultrapassa tudo e por eles somos capazes de tudo.

Sou da opinião que amamentar não é fácil
Deveríamos ter mais apoio de CAMS nas maternidades e explicar às Mães o quão importante é o nosso leite.
Tenho a certeza que, se não tivéssemos alguns especialistas da saúde com ideias antiquadas, ao invés de mandarem comprar latas de leite, dissessem para amamentar, pois é bem melhor para o bebé, teríamos, sem dúvida, mais mães a amamentar até aos 2 anos pelo menos.

Este é o meu testemunho, espero que contribua para dar força a muitas mães.


 #AmamentarEnquantoOsDoisQuiserem

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