Onde fica o Instinto?

Quando engravidamos do nosso primeiro Filho, somos assaltadas por imensas dúvidas em relação ao futuro e ao nosso papel de Mães.

"Serei capaz de perceber se ele precisar de alguma coisa?", "Como vou saber porque chora?", "Vou saber estimulá-lo para se desenvolver o melhor possível?", entre muitas outras questões habitam na cabeça das futuras Mamãs (na minha habitavam estas e tinham muitas vizinhas...).

"Vais aprender a confiar no teu Instinto!", é das primeiras coisas que ouvimos.

E ele existe, e leva-nos a fazer coisas e a reagir a situações, que nunca nos passaria pela cabeça, antes de sermos Mães.

Mas também é verdade que a sociedade dos nossos dias nos leva a reprimir esse Instinto. Seja quando temos de "abandonar" os nossos Filhos, por termos de regressar ao trabalho, quando eles ainda são tão pequeninos e dependentes de nós (mesmo que seja em casa da Avó). Seja quando vemos os nossos Filhos preparados para iniciar a alimentação complementar (quando até abrem a boca quando nos vêem comer) e a adiamos, porque a OMS preconiza que a amamentação exclusiva tem de ser até aos 6 meses. Seja quando achamos que o bebé quer mama, mas não lhe damos porque ainda não está na hora, ou não estamos no sítio mais conveniente. Seja quando deixamos o nosso Filho, a chorar, no infantário e temos que lutar contra todas as fibras do nosso ser para não ir a correr buscá-lo. Seja quando um médico diagnostia uma otite ao nosso Filho, e lhe prescreve antibiótico, que lhe damos mesmo não achando que o diagnóstico esteja certo...

Temos passado os últimos anos, década, séculos, até, a abafar esse Instinto. E, talvez por isso, não conseguimos confiar plenamente nele, porque, de facto, ele não está sempre correto. Porque está como que enferrujado.

É muito difícil saber quando devemos dar ouvidos ao Instinto ou quando devemos confiar em quem nos rodeia, sejam médicos,  amigos, outras Mães, etc. Bem mais difícil do que saber porque chora o nosso Filho!

E o que menos precisamos, neste processo de aprendizagem, é sermos julgadas, principalmente por outras Mamãs, porque amamentamos (seja onde for, seja até quando for) ou porque não amamentamos (seja porque motivo for), porque não acreditamos na palmada como solução para educar os nossos Filhos ou porque acreditamos que uma palmada pode ser necessária, porque não queremos que comam doces ou porque achamos que um chocolate de vez em quando não lhes fará mal...

Temos que aprender a confiar no nosso Instinto, sem dúvida! Mas também temos que aprender a aceitar que o que eu acho melhor para os meus Filhos não tem que ser o que outra Mamã acha melhor para os Filhos dela. E isso não quer dizer que eu estou certa e ela errada! Apenas que temos opiniões diferentes. Sem dramas. Sem imposições.




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