O Regresso ao Trabalho :-(

Sem rodeios, foi mesmo muito difícil! Segunda-feira foi um dia terrível :-(
Esperei uma semana, antes de escrever este post, para ver se alguma distância do acontecimento conseguia relativizar o que senti, mas não resultou: senti que estava a abandonar o meu bebé!

Na noite anterior dormi muito mal, no meio de muitas lágrimas. Na segunda-feira, quando o deixei na avó, fui a chorar até ao trabalho... Enfim, preferia ter as dores de parto outra vez!

Racionalmente, é claro que eu sei que ele fica bem (se não tivesse essa certeza, teríamos que encontrar outra solução, claro)! Não é por isso que é difícil.
Aliás, a dificuldade não tem nada de racional! No reino animal, as Mães só deixam as crias quando elas já sabem andar, alimentar-se, proteger-se, etc. Ou seja, o instinto é o que torna a separação tão difícil, uma vez que as nossas crias ainda são totalmente dependentes de nós, quando temos que regressar ao trabalho!

E mais uma vez, ter o Miguel mudou a minha forma de ver as coisas!
Antes de engravidar eu achava que ter que ficar em casa, de repouso, durante a gravidez, deveria ser terrível. Mas quando a médica me disse que tinha que ficar de repouso, eu nem pensei no tédio, mas apenas na segurança do meu bebé. Quando percebi que ia conseguir ficar 6 meses com o Miguel, depois de ele nascer, fiquei feliz e nem pensei que, no tempo que ia estar dedicada só a ele, às fraldinhas, às papinhas e ao soninho, iria sentir falta do mundo dos adultos. Eu sempre achei que ia ser daquelas Mães que sentem falta do trabalho e de conversas de e com adultos (e não tem mal nenhum que o sintam!). Mas, por mim, a minha vida continuava a girar apenas à volta dele! Se pudesse esticar por mais tempo a licença de maternidade, não pensava duas vezes!

É claro que continuo a gostar do meu trabalho, e que continuo a achar importante poder contribuir para o rendimento familiar. Mas, nesta altura, o instinto maternal continua a falar mais alto! E apesar de a minha realização profissional ser importante para mim, não precisava de ser já...

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